Um projeto coordenado pelo professor Itamir Barroca, do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), foi contemplado com um financiamento de R$ 50 mil pelo Fundo de Incentivo à Pesquisa (FIP) 2025, premiação anunciada durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC).

Intitulado “OncoResumo.IA: Sumarização Inteligente com LLMs para Apoio à Decisão Clínica em Oncologia”, o projeto propõe o uso de grandes modelos de linguagem (LLMs) para resumir prontuários médicos oncológicos, reunindo informações de forma mais objetiva e alinhada às necessidades de profissionais de Saúde.

A ferramenta, desenvolvida inicialmente como resultado de um trabalho de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Informação (PPgTI) do IMD, utiliza processamento de linguagem natural para analisar e sintetizar textos médicos e registros clínicos.

“Imagina um paciente com anos de tratamento oncológico. O OncoResumo.IA é capaz de condensar esse histórico, destacando os pontos mais relevantes para que o médico compreenda rapidamente o quadro clínico”, explica Itamir Barroca.

O projeto encontra-se em fase de desenvolvimento e conta com parceria da Liga Norte Riograndense contra o Câncer, que atua como apoiadora, fornecendo dados e auxiliando na condução ética da pesquisa.

“Esse projeto é de fundamental importância para a Oncologia, não só potiguar como nacional, especialmente porque o câncer está previsto para ser a principal causa de morte da população nos próximos anos. E a premiação chega a ser um feito, por se tratar de um projeto nordestino a figurar entre as principais premiações de um dos maiores congressos da área no Brasil", destaca Francisco Irochima, gerente de inovação da Liga.

Financiamento

O FIP é uma iniciativa que apoia o desenvolvimento de estudos e projetos de pesquisa — em andamento ou a serem iniciados — no campo da Oncologia. Tradicionalmente, três ações são escolhidas para receber financiamento, mas o projeto do IMD foi contemplado em quarto lugar, como um grant “adicional”, custeado com parte da renda obtida na própria confraternização da SBOC.

Com isso, os R$ 50 mil serão destinados, segundo Barroca, ao avanço da solução, com prioridade para o investimento em bolsas estudantis e para a aquisição de infraestrutura computacional necessária ao desenvolvimento dos modelos inteligentes.

Para o professor, que também é o diretor da Unidade Embrapii do IMD, o reconhecimento da SBOC é significativo não apenas para o projeto em si, mas também para a posição do Instituto e da UFRN no cenário nacional.

“Esse prêmio leva o IMD a um patamar de destaque na pesquisa oncológica em todo o país. Estar ao lado de instituições como a Fiocruz, a Unicamp e o INCA mostra que o Rio Grande do Norte está desenvolvendo pesquisas de alto impacto para o enfrentamento do câncer”, comemora o professor.